terça-feira, 19 de maio de 2015
Papel de magistrados e jornalistas será discutido em encontro nesta quarta
O papel da imprensa e da magistratura baiana será discutida
em um encontro que acontece nesta quarta-feira (20), a partir das 9
horas, no Sheraton da Bahia Hotel. O evento pretende abrir um canal de
diálogo entre juízes e jornalistas. A presidente da Associação dos
Magistrados da Bahia (Amab), Marielza Brandão, afirmou que a aproximação
das duas categorias trabalhistas foi um dos nortes de sua campanha, e
que o encontro é importante “para aproximar a magistratura da sociedade,
dos meios de comunicação, para fazer com que a sociedade esteja
consciente do papel do magistrado, conheça suas funções e suas
dificuldades. Segundo Marielza, a ideia do I Encontro Justiça e Imprensa
na Bahia surgiu da necessidade de se conhecer as dificuldades que os
juízes enfrentam em suas atividades diárias. “Muitas vezes, para a
população, os jurisdicionados, parece que o juiz vive em um mar de
rosas. Mas não é isso. Nós temos uma situação difícil e estrutural, de
dificuldades no exercício da judicatura. Precisamos do apoio da
sociedade e do apoio da imprensa para encontrar uma solução para a
situação caótica que nós atravessamos. É preciso dialogar. É através do
diálogo que se encontra as soluções para os problemas que atravessamos”,
salienta. A presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia
(Sinjorba), Marjorie Moura, ao Bahia Notícias, afirmou que é preciso
abrir um canal de diálogo para que a magistratura também entenda a
dinâmica da atividade jornalística e dos prazos que se tem no curso de
uma apuração. “Nossa atividade é tida como muito glamorosa e é pouco
reconhecida. Os problemas relativos ao nosso trabalho, nossa produção,
muitas vezes, sem transformam em processos cíveis e criminais. É preciso
ter esse diálogo com os magistrados para que eles tenham noção que há
uma cadeia responsável pela produção do material jornalístico, mas que
somente os jornalistas são processados, o que pode ser encarado como
intimidação e um veto a liberdade de expressão”, afirma a sindicalista.
Marjorie pede que haja uma compreensão dos operadores do direito de que
processos contra jornalistas devem se dar na área cível e não na
criminal. “Há o caso de um jornalista que responde a quatro processos na
área criminal, sendo condenado em um deles. Se for condenado em um
segundo, ele pode ir preso por não ser mais réu primário”, comenta
Marjorie Moura. A presidente do Sinjorba acredita que depois deste
encontro, a relação entre magistrados e jornalistas será aproximada e
cada um saberá o limite de atuação de cada área.
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